“O tempo é como o vento,
Apaga as pequenas chamas
E acende as grandes fogueiras.”
Fronteiras está mais pobre de referências, pois um
de seus grandes pilares fez sua grande viagem, partiu para o plano espiritual,
deixando uma lacuna nos corações do povo fronteirense. É difícil falar da nossa
cidade, sem associá-la a imagem e ao nome de Osmar Sousa. Homem de
personalidade forte e determinada, que com garra e ousadia, com uma visão além
do seu tempo, com um tino apurado para os negócios, tirou nossa terra do
anonimato e lançou-a para o além-sertão. Em qualquer lugar que se andasse e
fizesse referência ao nome de Fronteiras, logo alguém dizia: “Terra de Osmar,
grande comerciante do ramo algodoeiro, dono da FICAL que gera empregos e compra
todo algodão da região”.
E assim, com o seu trabalho e determinação, Osmar
Sousa projetou sua cidade para todos os pontos do Brasil.
Osmar Sousa inspirava confiança e segurança aos que
dele se aproximassem, pois sempre apresentava uma solução para os problemas que
iam surgindo ao longo do seu caminho e dos que o procuravam.
Isso fez com que logo se tornasse um grande
político, um político sem pareia, formando parceria com o primo Dr. Marcelo,
outro político inigualável, que juntos comandaram os destinos do nosso povo por
mais de 20 anos.
Porém, os reveses da vida os tiraram do nosso meio,
levando-os para o grande encontro com o criador. Mesmo afastado da política,
tornou-se público e notório a marca indelével de Osmar Sousa, pois a sua morte
mexeu com todos os segmentos sociais da região, uma tristeza pairou no ar e
penetrou profundamente nos corações dos filhos da terra, era visível a dor
estampada nos olhos do nosso povo, o riso se fez pranto e transbordou em nossas
faces. O seu enterro mostrou o quilate do seu prestígio, pois a nossa igreja se
tornou pequena para abrigar a multidão que veio prestar a última imagem ao
ilustre filho da terra. As ruas tornaram-se estreitas para o povo que fez
questão de levar nos braços os restos mortais de Babá, como era carinhosamente chamado
pelos mais íntimos.
Os homens passam e suas ações ficam e os eternizam e
a memória e o nome de Osmar irá permanecer por muitas décadas no coração do
povo fronteirense, a sua história irá passar de geração para geração, pois um
povo sem memória é um povo de futuro incerto.
Veio-me a lembrança a música do nosso poeta Jurdan:
“Relembro das coisas que aconteceram, dos velhos famosos que aqui já morreram,
de Antonio Pereira, o velho tão certo, de Pedro Cesário, do sábio Norberto, de
Pedro Vitor, de Quinco Gomes, de Doca, do pedreiro Abílio, da velha Maroca, de
seu Chico Hermínio, do velho doutor, de José Aquiles, de Aquiles Manoel de
Sousa, de Celso Pereira, de Chico Abílio – nosso grande historiador, José
Sobreira nosso eterno prefeito que só cumprimentava pegando na mão e abraçando
o povo, Tibúrcio, José Timóteo, Elias Leite, Chico Pinheiro, Chico Caeira, que
com suas pesquisas mostrou a riqueza de nosso solo e atraiu a atual Fábrica de
Cimento, Burrego nosso eterno caminhoneiro, o mito Nequinho Dodô, o
agropecuarista Valdir Bezerra, o nosso inesquecível Valdir Cachoeira – uma
lenda viva em grande parte do país. Sem esquecer nossas velhas que se
sobressaíram, Carolina Bezerra, nossa primeira professora, Maria Bode, a maior
memorizadora de Fronteiras, Quinô – eterna primeira dama, Nair Bezerra nossa
magistra mor, Tina de Aquiles – a proteção personificada, Quinquina de Nelson
Aquiles que a todos cativava, Maria Macaxeira com seus sequilhos inimitável,
Teresinha Antonini com seus tijolos de leite inesquecíveis, Maria Serradeira
com seus alfinins, Lídia com sua lingüiça de sabor único, Tesinha com sua
meiguice, D. Gina com sua humildade, Santa Nogueira e D. Lulu, fiéis zeladoras
do Sagrado Coração de Jesus, Conceição
Ribeiro que com suas rezas e seus responsos fazia aparecer qualquer objeto
furtado, Antonio Ângelo – outro grande rezador, Bimbinha e Pié – grandes
artesãs, Rivalina bordadeira das mãos de fada, José Batista com sua loja de
calçados, Chicó e Maria de José Simão que tudo que se propunha a fazer, fazia
com perfeição, enfim, são tantas referências, tantas pessoas que construíram
nossa história e hoje se chamam saudade.
Porém quero lembrar que os ventos que levam as
pessoas que amamos e admiramos, são os mesmos ventos que trazem as pessoas que aprendemos
a amar e admirar. Por isso, não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim
aprender a amar o que nos foi dado, pois tudo o que é realmente nosso, nunca se
vai para sempre.
Que a terra lhe seja leve,
Osmar Sousa
Prof. Herivelto Ribeiro Bezerra
Fronteirense nato.
Acho incrivel as pessoas de Fronteiras, todo mundo metia a lingua em Osmar Sousa, ja depois de morto passa a ser um grande exemplo, um grande politico! Faça me o favor... morreu virou santo
ResponderExcluirMUITO BONITO ESSE ARTIGO, PRINCIPALMENTE QUANDO DESTACA TANTOS NOMES IMPORTANTES E SIGNIFICATIVOS NA HISTÓRIA DAS FAMÍLIAS DE FRONTEIRAS... PORÉM HERIVELTO NÃO PÁRA DE BAJULAR GENTE RICA!
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