sexta-feira, 4 de junho de 2010

Por quem os sinos dobram?


           Diante dos últimos acontecimentos em Fronteiras, minha cidade natal, lembrei-me do testamento de Alexandre, O Grande, que fez a seguinte recomendação:
“Quando eu morrer quero que durante todo o meu cortejo, ao longo das ruas, os meus empregados vão jogando moedas de ouro para que todos saibam que os bens materiais que adquirimos  durante a vida ficam aqui na terra; quero que o meu caixão seja conduzido por médicos, para que todos saibam que a medicina tem limites e não opera milagres e por último que o meu caixão tenha dois buracos nas laterais e a minhas mãos fiquem abertas e por fora dos buracos, estendidas, para que todos os que acompanhem o meu enterro vejam as minhas mãos abertas e vazias e tomem consciência que nascemos de mãos vazias, e ao morrermos não levamos nada de bens materiais”.
                O que iremos apresentar ao Senhor, “O grande olho que tudo vê”, será apenas as nossas ações, as nossas atitudes e todas terão o mesmo nível: pobre e rico, negro e branco, pobre ou plebeu, todos diante do criador terão o mesmo valor, serão julgados da mesma forma, havendo apenas uma diferença: “Àquele que muito foi dado, muito será cobrado.”
Diante do exposto questiono: A dor da mãe pobre é menor que a dor da mãe rica, ante a morte de um filho? Para muitos em Fronteiras parece que sim, que o pobre não tem sentimento, que ao perder seus filhos, os mesmos podem ser enterrados em qualquer lugar, em qualquer vala, pois é besteira chorar e querer enterrar o filho com dignidade na sua terra natal e ao final da tarde ir ao cemitério acender velas, rezar e aguar as flores, tentar amenizar a saudade, pois como diz o poeta: a saudade é o revés do parto; saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu”.
Parece que os nossos políticos e representantes do poder público de Fronteiras não sabem que coração de mãe é diferente, pois mesmo morto ela quer os restos mortais do filho por perto, para quando a cruz da saudade chegar ela possa se debruçar sobre a cova e dar vazão a sua dor.

Continuação do Artigo: Por quem os sinos dobram?

Faço essa reflexão, pois no sábado, dia 29 de maio, um jovem Fronteirense de apenas 24 anos foi assassinado em Brasília, Roberto Pereira Marinho, filho de Maria da Guia e de Fluminense, neto de Mestre Roque e de dona Deli.
Ao saber da morte do filho, a mãe aos prantos, sem condições de trazer os restos mortais do filho recorre ao poder público de uma cidade rica como a nossa, cujo repasse ao município só perde para Uruçuí, e aí descobre a indiferença diante a sua dor; começa aí um jogo de empurra-empurra, o prefeito que está no poder não pode mandar pegar o corpo em Brasília, pois irá entregar o cargo na segunda-feira, o prefeito que assume o cargo na segunda-feira não manda pegar os restos mortais em Brasília, pois o fato aconteceu quando ele estava fora do cargo e assim vão sutilmente se eximindo de qualquer atitude. 
Começa uma campanha para ajudar essa mãe que clama no meio das ruas. Por iniciativa do Dr. Norberto a campanha é lançada, porém o nosso povo é pobre, mesmo tendo um coração generoso, eles não podem dispor de grandes quantias.
Na terça-feira, dia 1º de julho faço uma visita à mãe do jovem e resolvo intervir, peço ajuda aos Fronteirenses que moram em Brasília, um deles vai ao IML, negocia com a Funerária e a mesma cobra 4.500,00 R$ (quatro mil e quinhentos reais) para vir entregar o corpo no caixão, embalsamado e pronto para ser enterrado. Começa o jogo das negociações com a funerária e conseguimos diante da exposição da realidade da mãe, baixar o preço do translado para 3.500,00 R$ (três mil e quinhentos reais), quantia grande para a família, porém insignificante para a Prefeitura de Fronteiras, para a Secretaria de Ação Social, que talvez não tenha obrigação legal, mas normalmente creio que sim, pois trata-se de um caso especial que não ocorre a todos os dias e envolve um filho da terra.
Autorizo o preparo do corpo e do translado, negocio com a funerária e envio 50% do valor, começamos a correr atrás de ajuda; muitos que prometeram começaram a retroceder, pois não acreditavam que alguém tivesse coragem para assinar uma autorização por fax e assumir a responsabilidade do translado, uma vez que o enterro já estava marcado para o Cemitério de Planaltina em Brasília.
A família reúne o que tem e me entrega, o Sr. Genilson (Diretor do Hospital) da a ajuda inicial seguido do Dr. Norberto e do Sr. Heráclito Bezerra (FRIGOTIL) e de trabalhadores Fronteirenses que ajudam de coração com o pouco que dispõem, mas se torna grande diante da necessidade e da boa vontade, com muita luta conseguimos arrecadar 1.100,00 R$ (mil e cem reais), pois o prefeito dá uma ajuda de 500,00 R$ (quinhentos reais), a mãe dirige-se ao Banco do Brasil tentando um empréstimo de 2000,00 R$ (dois mil reais) para completar o dinheiro da Funerária, que está a caminho, saiu ontem de manhã trazendo o corpo e deve chegar hoje (dia 04 de junho) às 15 horas, está vindo devagar devido as fortes chuvas que caem durante o percurso.
Recebo a notícia que chegamos a 1.500,00 R$ (mil e quinhentos) pois o Dr. Josué, o gerente do Banco do Brasil e a Vereadora Alba mandaram suas contribuições.
Para encerrar quero dizer que os sinos dobram por Fronteiras, cidade cujo os detentores do poder acham que apenas os filhos dos pobres são vulneráveis e podem se tratados de qualquer forma, esquecem que todos somos iguais perante a Deus e que não são missas celebradas e concelebradas, com flores, retratos, velas, cânticos e ladainhas, com padres comparando com a dor  da mãe de Jesus, Nossa Senhora das Dores, que irá mudar a opinião de Deus diante dos nossos atos, esses rituais servem de consolo para quem fica, serve de alento para a família, pois para o Supremo Criador, o Deus da Justiça, cada um será julgado e avaliado por seus atos, por seu coração que rege suas atitudes, pois os homens passam e suas ações ficam.

Que Deus apiede-se de nós.
Prof. Herivelto Ribeiro Bezerra

Lula sanciona Lei da Ficha Limpa.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou sem vetos, na tarde desta sexta-feira (4/6), o Projeto de Lei Complementar 58/10, conhecido como Ficha Limpa, que proíbe a candidatura de políticos com condenações na Justiça por decisão de tribunal colegiado.
A nova lei que exige ficha limpa para os candidatos começa a vigorar a partir de segunda-feira , quando deve ser publicada. Com isso, a regra da inelegibilidade vale já para as próximas eleições. Segundo informações da Casa Civil da Presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o texto hoje.
A lei torna inelegíveis candidatos que forem condenados por órgão colegiado em crimes como improbidade administrativa, abuso de autoridade, racismo, tortura, abuso sexual, formação de quadrilha, crimes contra a vida e crimes hediondos, dentre outros.
O texto final do projeto aprovado pelo Senado gerou dúvidas se a lei só valerá para candidatos que forem condenados a partir de agora ou se inclui também quem já tem as condenações previstas no texto. A divergência deve ser resolvida pela Justiça.
De acordo com o texto sancionado, o período de inelegibilidade é de oito anos para todos os casos previstos (desde que a decisão seja transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado).

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Corpo de jovem fronteirense assassinado em Brasília será enterrado em Fronteiras.

O corpo do jovem fronteirense Roberto Pereira, de 24 anos, que foi assassinado a tiros em Brasília no último sábado (30), aguarda liberação no IML do Distrito Federal, e vai ser enterrado em Fronteiras possivelmente na próxima sexta-feira.
A família do jovem assassinado, já havia procurado o poder público municipal mas não obteve ajuda no translado do corpo até a cidade de Fronteiras, que só foi viabilizado por intermédio do Professor Herivelto Bezerra com a ajuda de outros fronteirenses que moram em Brasília.