PF não conseguiu rastrear todos os candidatos que receberam a prova de Redação
O procurador da República Kelston Pinheiro Lages, do Ministério
Publico Federal, ajuizou ação civil pública pedindo cancelamento parcial da
prova do Enem em 2014. Isso porque, o laudo da Polícia Federal concluiu que
houve de fato vazamento da prova de redação aplicada, não sendo possível,
porém, identificar quantas pessoas receberam o conteúdo da imagem contendo o
tema da prova, em seus WhatsApps.
“A preocupação do
Ministério Público é preservar as condições de igualdade aos que concorrem ao
Enem”, disse o procurador em entrevista à TV Cidade Verde.
O pedido é para a
aplicação de uma nova prova de Redação com a alteração cronológica das etapas e
publicização das novas datas relativas ao certame.
Caso a justiça
aceite o pedido de liminar, o processo de inscrição no Sistema Unificado de
Ingresso à Universidade (SISU), bem como de matrículas nas Universidades,
poderá ser suspenso até a realização de uma nova prova. A decisão tornaria
ainda sem efeito as notas gerais divulgadas no dia 13 de janeiro de 2015. O
procurador da República Kelston Lages, autor da ação, solicitou ainda a
aplicação de multa em caso de descumprimento da decisão.
“O pedido tem dois motivos.
Foi feita constatação do vazamento do tema da redação. Bem como há o fato de
que não foi possível identificar quantos receberam a prova, já que alguns
passaram para grupos de WhatApp. Como é um certame nacional, a decisão vale
para todo Brasil”, reitera o procurador.
Vídeo mostra estudante com a prova
Em 9 de
novembro de 2014, segundo dia de avaliação do exame, vários candidatos que
fizeram a prova no Estado do Piauí receberam mensagem via aplicativo WhatsApp
com a imagem do tema da redação. A mensagem foi recebida por volta das 10h47,
mais de uma hora antes da aplicação da prova, às 12 horas.
De posse de um vídeo
no qual aparece abrindo o saco plástico lacrado onde havia guardado documentos
pessoais e celular, durante a realização do exame, e uma imagem com o tema da
redação extraída da galeria de seu celular, um estudante piauiense procurou a
Superintendência da Polícia Federal no Piauí e formalizou a denúncia sobre o
vazamento do tema da redação.
O inquérito
realizado pela Polícia Federal constatou por meio de exame pericial, realizado
em celulares de alguns estudantes ouvidos na investigação, que houve o
vazamento do tema da redação do ENEM 2014 pelo aplicativo WhatsApp, às 10h47 do
dia 9 de novembro de 2014 nos grupos “Vem que eu faço direito”, “Terceirão”,
“Boa Sorte” e “VQV”. Em depoimentos, os estudantes afirmaram que receberam a
mensagem horas antes da prova e que a replicaram para outros grupos.
Durante as
investigações,o INEP apresentou nota técnica na qual admite ter havido a
abertura dos malotes contendo as provas nos estados do Piauí, Maranhão, Paraíba
e Ceará duas horas antes do horário estipulado no procedimento operacional
padrão.
*Com informações da Ascom-MPF
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